quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Palavras [que podiam ser minhas]... #2

"Os dias bons são os dias em que se acorda, tendo dormido oito, nove ou, melhor ainda, dez horas e, reflectindo naquela ronha de quem já não consegue dormir mais mas gosta de ficar na cama (porque a temperatura e a companhia são perfeitas), se lembra que não tem nada para fazer, senão tomar o pequeno-almoço, o almoço, o chá e o jantar. E, se quiser, entretanto, nalgum intervalo qualquer, trabalhar, tanto melhor. Mas não importa. Dias de domingos antigos: dias de prazer sem saber.

Os dias bons nunca acontecem.

Acontecem, quando muito, cinco ou dez mil vezes numa vida. Três míseros anos já têm mais de mil. [...]

O amor, para quem é mais novo e não sabe como fazer, não é uma técnica ou uma táctica. Não há segredo. Não há lições. Ou se ama ou não se ama. Ou se é também amado ou não se é. Esperar é o melhor conselho. Experimentar é o pior. O segredo não é ter paciência: é conseguir manter a impaciência num estado de excelsitude. É como o «nunca mais é domingo». Se não sentirmos, todos os dias, que nunca mais é domingo, quando chegar o domingo parecer-se-á com outro dia qualquer.

Os dias bons não são os que ficam para lembrança. São aqueles que se esquecem, porque se repetem na mais estúpida felicidade mas que, todos juntos, servirão para um dia eu poder dizer «sim, eu já fui feliz."

Miguel Esteves Cardoso, in 'Jornal Público' (23 Setembro 2012)

domingo, 18 de outubro de 2015

Palavras [que podiam ser minhas...] #1

"Encerrando Ciclos

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos - não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.

Foi despedido do trabalho? Terminou uma relação?
Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país?
A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?

Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu. Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seu marido ou sua esposa, seus amigos, seus filhos, sua irmã, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.

Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.

As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora. Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem. Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração - e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.

Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.
Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.

Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do “momento ideal”. Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará.

Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante. Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é."

Glória Hurtado 

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

A música [e eu] ... #1

"E agora fraco ou forte só me resta ir...
E acredito que no mundo há flores por abrir...
E no fim da grande estrada há sempre um partir..."


Há muito não havia uma música que me prendesse ao primeiro ouvir...


quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Destes dias...

Noutros dias escrevi estas palavras e, estes dias, elas voltaram a fazer sentido:

["Uma palavra nunca vem só, mesmo a palavra solidão precisa de quem a sofra." José Saramago

Estas palavras lidas hoje, numa breve passagem pelas redes sociais, responderam, ou ajudaram, vá, à minha dúvida em continuar ou não a escrever neste espaço... A razão explícita pela qual ele foi criado alterou-se, mas o foco interior, não... continuo com a mesma necessidade de escrever e este blog obriga-me a escrever com mais frequência... Facto que me apraz, confesso.]

Noutros dias perdi a vontade de escrever... Absorvi, com muita perseverança, os pensamentos  e, de alguma forma, não fui capaz de pensar e escrever ao mesmo tempo. 
Estes dias, há poucos dias, a vontade surgiu...



Estes dias, todos os dias, a vida põe-nos à prova... Pequenos acontecimentos, grandes tragédias, que podem acontecer connosco ou com os que nos são próximos, e nos fazem pensar, questionar, repensar. Às vezes, percebemos a lição de imediato, outras tantas demoramos algum tempo a digerir e a perceber... 

Tenho o hábito de me colocar, quase sempre, no papel do outro e ultimamente fi-lo muitas vezes. Parece que à minha volta tudo deu a "meia volta"... o que parecia certo deixou de o ser, o que parecia até à morte nos separe deixou de fazer sentido e, neste emaranhar de reviravoltas, a minha cabeça dá muitas voltas. Acho que a vida me quer dizer para dar valor ao que tenho, enquanto tenho e enquanto posso e, efetivamente, não consigo deixar de pensar nisto. Quantas vezes ambicionamos o que não precisamos, dando valor ao que não temos, esquecendo o que realmente possuimos? 

Humana e pecadora me confesso... 

Ultimamente, a vida tem-me dado a oportunidade de repensar os pensamentos e atos e esta inquietude tem-me feito bem! A serenidade, nem sempre é sinónimo de paz! Às vezes é sinónimo de inércia  e acomodação... é uma serenidade camuflada... 

Estes dias percebi que mais importante do que dizer é ouvir...

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

A moda [e eu...] #1

Para além de adorar esta atriz, de a achar lindíssima, o seu vestido nos Óscars foi o meu preferido!!!!!!!!!



quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Do bem #1

Esta história "do bem" surgiu no seguimento das fotos que tenho partilhado no instagram... Outros dos locais onde me tenho perdido com frequência [muita]...

Em janeiro retomei a Susana do bem [e ainda não a larguei] e tenho, por isso, mantido o foco na alimentação saudável e no exercício físico. Aquilo que sinto no meu corpo [e alma] é indescritível!

O dia começa com um sumo/batido. Os alimentos fixos são as sementes [chia, sésamo, linhaça...], as bagas goji, o gengibre, os espinafres e o sumo de meio limão [o sumo da outra metade é bebido logo que acordo, com água]. Os alimentos rotativos são: [geralmente coloco dois ou três tipos] ananás, banana, maçã, laranja, kiwi, abacate, morangos, framboesas, mirtilos, amoras, pêra, etc... o que tiver!

Este novo hábito tem sido uma experiência maravilhosa, para além de me sentir muito saciada, sinto o meu corpo a responder de uma forma extraordinária!!!!!